Custe o que Custar

O programa, conhecido como “o Pânico mais refinado” estreou em março na programação da Band e não me agradou. Ora, se eles vivem “lutando” pelo que eles chamam de liberdade de imprensa, com certeza aceitam a liberdade de opiniões.

Bom, não vou descrever sobre o CQC em comparação ao Pânico, como alguns críticos, jornalistas, entre outros fizeram. Apesar, é claro, da semelhança bizarra entre ambos e da proposta de ser engraçado o programa inteiro. Na minha humilde opinião, o Pânico é “escrachado” no que faz e faz isso abertamente, assumindo os riscos de fazer as cenas desnecessárias que apresenta o tempo todo.

Bom, na noite da última segunda-feira [09], eu resolvi dar mais uma chance e assistir o programa todo [ou tentar fazer isso], porque até então eu só tinha visto algumas partes e, como não me agradaram, não continuei assistindo. Como eu já tinha a idéia de escrever sobre este programa, após conversas com amigos, precisava ao menos ter assistido um programa na íntegra, né?

Depois de assistir, minha opinião, de fato, não mudou. Desculpe minha irmã, Wilton e outro milhares de admiradores do CQC, mas realmente meu nível de bizarrices na TV já está esgotado. Não cabe mais NADA. Muito menos isso...

Não me surpreende que o programa tenha aumentado [dobrado, aliás] a audiênia da Band. Afinal de contas, está mais que provado o quanto o “povo” gosta de ver cenas esdrúxulas na televisão. É só lembrar quantos programas sensacionalistas vão ao ar. Na Bahia então... rs rs rs

Mas o que me incomoda mesmo no CQC é o fato deles “gritarem” para o mundo o quanto eles são diferente dos outros, ou quanto eles são jornalísticos e inteligentes. Ah! PELO-AMOR-DE-DEUS! Ir ao encontro de presidentes, à premiação de Jornalistas [estes com J maiúsculo, né?] e a tantos outros eventos fazer piadinhas, palhaçadas e trocadilhos pobres é mesmo interessante?

Não para mim. Não entendo porque gostam tanto de ver profissionais sendo humilhados, postos a situações vergonhosas. E não venham de dizer que eles merecem ou que “eles precisam estar preparados porque são pessoas públicas”. Este programa [como muitos outros] expõem as pessoas ao ridículo. E isso, para mim, é uma extrema falta de respeito.

Aliás, é isso que falta na Tv... RESPEITO. Por que não criar um programa, de fato, inteligente, em que se converse com cantoras, atrizes, presidentes, governadores, prefeitos... sobre coisas realmente interessantes? Por que não questionar problemas dos parlamentares de forma séria já que o assunto é tão grave? Por que é preciso humilhar os outros para ganhar audiência?

Este programa está com uma “campanha” chamada 'CQC no Congresso'. Afinal de contas, alguém inteligente, resolveu barrar esta equipe no Congresso Nacional. Mas eles acham “um absurdo”, um desrespeito [olha só!] à liberdade de imprensa. Como se exigir respeito de quem não tem? Como abrir as portas do Congresso para que pseudo-jornalistas entrem para ocupar o tempo dos parlamentares com piadinhas infames? No que eles pretendem colaborar para o melhor funcionamento do Congresso? E ainda reclamam dos políticos que não querem falar com eles... Questão de escolha. Eu faria o mesmo!

Ora, alguém precisa dizer para eles que não é porque possuem 300 mil membros no Orkut que essa brincadeira está legal. Na segunda, eles voltaram a um interior de SP para reclamar com o prefeito sobre o superfaturamento de alimentos da merenda. Nunca vi uma “matéria” tão superficial... Se a intenção é denunciar para que a brincadeira? Tudo tem hora!

Ah, e o pior de TUDO é aquele “repórter inexperiente”. Nunca vi coisa mais ridícula... O que ele fez um dia com Marcelinho Carioca... nossa! E com Padre Kevedo também... quanta falta de respeito!!!

Ah, e no Miss Brasil Transex 2008 a legenda de um entrevistado dizia “proctologista do mundinho” [inacreditável]!!! Durante a vernissage de Chico Anysio, eles foram “cruéis” com quem estava por lá, mostrando até cofrinho de atriz [afff], mas na hora de entrevistar Chico Anysio... incrível como o repórter ficou mansinho...!!! kkkkkk

Lembrei agora de um programa que o repórter foi até a estréia de Carla Perez no teatro. Foi muito feio, muito mesmo. Tenho vergonha de ver “aquilo” de novo... quem quiser entra lá no site deles [que é bem feito] e digita Carla Perez que aparece e vocês podem entender o que eu estou dizendo.

Continuando... O “teste de honestidade” prova o que a maioria dos programas de Tv já provaram. E o Top Five é para rir [de novo] do que já foi mostrado em outros canais e no youtube].

Para finalizar e antes que me chamem de injusta, ao acessar o site deles também percebi que eles “assumem” as bizarrices que fazem, apesar de considerarem “um programa jornalístico irreverente” e com “humor inteligente”:

“Quer deixar um político sem graça ou prefere provocar uma celebridade? (...) Aquilo que você sempre quis perguntar a um político ou a uma celebridade, mas nunca teve cara de pau e chance para isso. (...) As saias-justas, o silêncio que fala por si só e as crises de gagueira aguda dos entrevistados (...)”.

É uma vergonha mesmo...

Não seria melhor dormir, ouvir um bom CD, ler um livro, estudar, fazer um curso, dançar, conversar com os amigos, jogar paciência do que ver tanta humilhação e falta de respeito?

Claro que não! Afinal de contas... “é disso que o povo gosta” [infelizmente!]


Ps¹.: Nada contra os apresentadores e repórteres, só acho que eles poderiam ser melhor utilizados na Tv.

Ps².: Concordo plenamente com Márcio Alemão, em sua análise do programa. A câmera do palco é irritante!!!

Ps³.: O nome do programa é perfeito para o que fazem... "a idéia é ridicularizar custe o que custar!"...